É muito comum surgirem dúvidas aquando da compra de uma escova de dentes nova. Em parte, a confusão instala-se quando nos deparamos com a enorme variedade de formatos que temos hoje em dia, ao nosso dispôr.
O foco que devemos manter é no objectivo da escovagem. Há que pensar em primeiro lugar, nas estruturas que queremos limpar (dentes e gengivas) e nas superfícies onde devemos concentrar os nossos esforços.
Se tivermos em conta que a placa bacteriana ou biofilme (que resulta da acumulação dos restos alimentares e das bactérias que temos na boca) se acumula principalmente nas zonas menos lisas e planas e que causa maior prejuízo junto às gengivas, e nos espaços entre os dentes, conseguiremos eleger o formato do nosso instrumento.
Assim, e para resumir, deveremos escolher uma escova com uma cabeça pequena para chegar aos dentes posteriores e aos espaços mais difíceis; com cerdas macias e de preferência não cortadas que acabem em fio, para que possam entrar quer no sulco gengival quer nos espaços inter-dentários.
Apesar de a todos nós, parecer mais eficiente uma escova rija, pois ela arrasta consigo os alimentos mais sólidos que estão presos nas faces que mastigam de molares e de pré-molares, esse tipo de cerda não tem uma acção nada favorável nas gengivas. A sua acção nas gengivas será sentida como agressão e trauma, estímulos a que a gengiva responderá retraindo-se. Até mesmo nas superfícies dentárias mais lisas poderá vir a ser desfavorável a médio prazo, provocando abrasão, desgaste do esmalte e futura sensibilidade dentinária.
Fique também a saber que se apenas utiliza escova de dentes, cerca de 30 a 40% da superfície de um dente fica por limpar, ou seja, apenas limpou as superfícies mais visíveis. As faces dentárias que ficam encostadas, por serem curvas, formam um intervalo abaixo do ponto de contacto que tem a forma de um triângulo. É aqui que entra o escovilhão dentário (literalmente!).
Peça ajuda ao seu dentista para que lhe ensine a escolher o tamanho mais adequado e a forma correcta de utilizar, mas entretanto aproveite as instruções do seguinte video:
Naqueles espaços em que nem o escovilhão mais diminuto consiga passar, como por exemplo onde houver apinhamento, para conseguir uma higiene completa, terá de recorrer ao fio ou fita dentária.
Peça uma demonstração ao seu dentista, pois é mais fácil do que parece e os profissionais têm todo o prazer em ensinar-lhe as técnicas correctas e em garantir que fica apto a desempenhar a sua rotina de higiene na perfeição.
Agradecimentos à Pierre Fabre pelas escovas da foto e aos Laboratórios Vitória pelos escovilhões Interprox