O Desporto e a Medicina Dentária

A medicina dentária desportiva é uma das mais recentes áreas da medicina dentária. Ela ocupa-se da prevenção, diagnóstico e tratamento das lesões orofaciais associadas ao desporto (Saini, 2011).

Os atletas representam um grupo de indivíduos que possuem factores de risco específicos para determinados tipos de lesões orofaciais, sendo portanto fundamental uma compreensão clara sobre estas patologias por parte dos profissionais de medicina dentária (Foster e Readman, 2009).

 As actividades desportivas são cada vez mais comuns no quotidiano das pessoas, no entanto, os resultados obtidos são muitas vezes dependentes do controlo de várias variáveis (Lemos e Oliveira, 2007). A saúde oral é pois uma dessas variáveis na medida em que, a presença de doenças orais ou de desequilíbrios ao nível dos vários elementos do sistema estomatognático, podem condicionar uma diminuição do rendimento físico dos atletas.

Segundo Lemos e Oliveira (2007), medicina dentária desportiva é uma área da medicina dentária ligada à educação física e ao desporto, a qual se propõe a oferecer aos atletas, profissionais ou não, médicos dentistas com uma visão desportiva, com o objectivo de melhorar os seus rendimentos através da manutenção da sua saúde oral e prevenindo e/ou tratando possíveis lesões decorrentes das actividades desportivas.

A sua área de actuação destina-se aos clubes, academias, federações e confederações desportivas, trabalhando em conjunto a medicina desportiva, fisioterapia, educação física, nutrição, terapia da fala, psicologia desportiva e outras áreas ligadas ao desporto (Bastida et al., 2010).

O rendimento de um atleta pode ser reduzido cerca de 21% se ele possuir algum problema de saúde oral e consequentemente isso poderá influenciar os seus resultados, o que pode fazer a diferença entre a vitória e a derrota (Antunez e Reis, 2010).

Segundo Moura disponível em (www.hospitalar.com/opiniao/opiniao_1172.html consultado em 03/02/2012), a saúde oral pode interferir com o desempenho desportivo de várias formas, tais como: a presença de infecções dentárias, doenças periodontais, cáries dentárias, dor e desconforto, má oclusão, respiração bucal, hábitos parafuncionais, erupção dos terceiros molares, mau hálito e estética.

PORQUE A PASTILHA ELÁSTICA NÃO DEVE SER USADA E NÃO É UM BENEFÍCIO PARA A MASTIGAÇÃO

Irá ouvir frequentemente algumas razões para utilizar pastilha elástica (sem açúcar) se não puder escovar os dentes após uma refeição. Existem algumas explicações para aquilo que poderia ser considerado como benefício:

  • a mastigação estimula a produção de saliva que é a principal responsável pelo equilíbrio do pH oral, combatendo o mau-hálito;
  • o efeito pegajoso da pastilha colabora na remoção de alguns resíduos alimentares e também bactérias;
  • o adoçante utilizado, o xilitol, é anti-cáries pois não serve de alimento às bactérias nocivas da boca, ao contrário dos outros açúcares.
  • por vezes, é utilizada pelos terapeutas mio-funcionais para exercitar musculatura hipotónica.

Porquê afirmar então, que as pastilhas elásticas não devem ser usadas?

Quando mastigamos um “alimento” com estas características de viscosidade e densidade, produzimos um desequilíbrio nos Maxilares e na Articulação Temporo-Mandibular. Ao tentar processar um elemento que não se desfaz, os nossos músculos mastigatórios produzem energia mecânica excessiva e aumentam cada vez mais a sua tonicidade. Na prática, é como levar esses músculos ao ginásio. Se constantemente sobrecarregados, será muito mais difícil manter o equilíbrio do sistema, podendo este fenómeno resultar em bruxismo, ranger de dentes, desgastes no esmalte ou mesmo fracturas, assim como dores musculares, de cabeça ou de dentes. Por isso, em vez de aliviar o stress, o que sucede é que carregamos o sistema com mais energia, que ele acumula em vez de dissipar, potenciando os efeitos negativos. 

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