Em qualquer área da Medicina sabemos que na prevenção é que está o ganho.
Apesar disto, os Portugueses ainda continuam a ser quem na Europa, recorre menos ao dentista.
Para muitos, incluindo crianças e idosos, algo tão grave quanto uma dor de dentes ou o sangramento das gengivas, não são inconvenientes ocasionais mas sim uma realidade crónica .
Em consequência desta procura tardia de solução, mesmo os profissionais mais capacitados não conseguem dar uma resposta terapêutica que por vezes não penalize quer o plano de tratamento quer o bolso do paciente.
Urge modificar mentalidades e alterar comportamentos. É acima de tudo uma questão cultural e a única forma efectiva de alterar esse padrão auto-destrutivo é através da educação.
A educação em saúde tem sido considerada uma importante estratégia para promover a saúde das colectividades, seja por meio do desenvolvimento de habilidades pessoais para o auto-cuidado (geralmente a partir de um modelo vertical de transmissão de informações), visando à manutenção da saúde e a prevenção das doenças, seja por meio de processos de empoderamento pessoal e comunitário, objectivando capacitar as pessoas a lutar por melhorias de suas condições de vida (BUSS, 2000; MIALHE et al., 2009).
A educação é um instrumento de transformação social. Não só a educação formal, mas toda a acção educativa propicia a reformulação de hábitos, aceitação de novos valores e estimula a criatividade. Deve ser pensada como um processo capaz de despertar nas pessoas a consciência crítica das causas reais dos seus problemas e, ao mesmo tempo, criar condições para mudanças de hábitos e estilos de vida (RESENDE, 1986; BEZERRA et al.,1999). Assim, o processo educativo é essencial nas mudanças de comportamento necessárias à manutenção, aquisição e promoção da saúde (PETRY; PRETTO, 1999).
Não é demais recordar que de acordo com o princípio geral do Código Deontológico da Ordem dos Médicos Dentistas, no seu Artigo 33º.,
o Médico Dentista tem o dever de pugnar pela saúde da população,
essencialmente pela saúde oral e pelo funcionamento e aperfeiçoamento
das instituições intervenientes na sua área de saúde.
O Médico Dentista deve apoiar e participar nas actividades da comunidade,
que tenham por fim promover a saúde e o bem estar da população.