Conselhos de Saúde Oral

Quando os dentes de leite aparecerem na boca por volta dos 6 meses, deve limpá-los pelo menos duas vezes ao dia, de manhã e antes de colocar o bebé na cama. 

Use uma escova de dentes muito pequena e macia e uma pequena quantidade de pasta de dentes com flúor (procure uma que o bebé goste). 

 Evite dar ao seu filho alimentos e bebidas que contenham açúcares.

 Não mergulhe chuchas ou mordedores em xaropes de frutas ou sumos de frutas. Não coloque sumo de fruta em biberões, mas apenas  água. 

Deixar o seu filho ter uma fralda ou deixá-lo chupar o polegar pode afectar o crescimento dos dentes. 

 Peça conselhos ao dentista antes de dar suplementos de flúor. 

Deve sempre supervisionar a escovagem de crianças pequenas.

 Restringir os doces e as bebidas gaseificadas a um “dia especial” e incentivar sempre o seu filho a escovar os dentes depois.

 Os dentes molares permanentes do seu filho podem ser selados quando necessário, mas lembre-se isso só protege uma superfície do dente. Uma dieta livre de açúcar, o uso correto de fluoretos e a escovagem eficaz dos dentes, são ainda são importantes. 

Se o seu filho participar de algum desporto de contato, pergunte ao dentista se ele tem um protector bucal feito sob medida. Isso ajudará a proteger os dentes do seu filho de lesões.

 Se o seu filho ferir a boca e/ou os dentes, mesmo que não se queixe de dor ou mesmo se a lesão parecer insignificante, deve levá-lo imediatamente ao consultório.  

É importante que os dentes do seu filho sejam examinados com a frequência recomendada pelo dentista.

 

 

imagem : PIXABAY

Sugestões para os pais

O que fazer!!!

Permita que seu filho “experimente” a consulta dentária por ele próprio. Isso ajudá-lo-á a ser confiante quando confrontado com muitas situações novas.

Se estiver presente na sala de tratamento com seu filho, então lembre-se de que é o dentista e a assistente dentária que dirão ao seu filho o que se espera dele.

Fique em silêncio enquanto se desenrola a comunicação entre o dentista e o seu filho. Permita que se estabeleça essa ligação sem interrupções a não ser quando questionado. Poderá ser necessário recolher algumas informações posteriormente, sem a criança presente, por isso, relaxe. Todas as informações que considera pertinentes serão ouvidas e acolhidas no tempo certo.

Não fique repetindo as instruções ou instruindo a criança de acordo com o que pensa ser necessário a cada momento. Exemplos disso, são frases como “abre a boca”, “está quietinho”, “porta-te bem”, que apesar de serem ditas com a melhor das intenções, distraem a criança da atenção que os profissionais precisam captar. A criança terá dificuldade em perceber a quem deverá prestar essa atenção e ficará desconcentrada e desconfortável.

Deixe o seu filho entrar no gabinete sozinho, se for isso que o dentista prefere. Pergunte ao profissional qual a sua preferência, pois ela baseia-se na sua experiência de trabalho de muitos anos. Nunca faça essa pergunta na sala de espera quando a criança está presente. Essa decisão já deve estar tomada.
O ideal seria ter uma conversa prévia com o dentista sobre este tema, para saber o que fazer na primeira vez.

Trabalhe com o dentista para manter a saúde bucal de seu filho – é um esforço de equipa!
É da sua responsabilidade e não da criança, tanto a higiene oral como os hábitos alimentares.

Leve seu filho imediatamente a uma consulta de urgência se ele magoar os dentes ou a boca, mesmo que não haja sinais óbvios de dano.

Tente incutir uma atitude positiva no seu filho em relação à medicina de uma maneira geral, e à dentária neste caso específico.

O que NÃO fazer!!!:

Não suborne seu filho para ir ao dentista.

Não use uma visita ao dentista como um castigo.

Não use palavras emotivas que podem assustar seu filho.

Não deixe seu filho saber de suas ansiedades sobre o dentista.

Não deixe ninguém contar histórias assustadoras ao seu filho sobre consultas dentárias.

Não fique na expectativa de que o seu filho não vai gostar da ida ao dentista – muitos podem apreciá-las.
Na verdade, a maioria das crianças adora!

Não se sinta culpado se seu filho precisar de tratamento. Tente perceber o que pode ter levado a isso, pois se depender de si, deve fazer o esforço por mudar hábitos prejudiciais.

Não falte às consultas do seu filho, nem chegue atrasado.

 

(adaptado de Dentistry for Children-a parent’s guide)

O que acontecerá durante a primeira visita do meu filho?

Assumindo que seu filho não precise de tratamento de emergência, então:

  • os seus dentes serão contados para confirmar se o seu desenvolvimento é normal para sua idade.
  • cada dente será examinado em busca de sinais de desmineralização, hipomineralização, cárie ou desgaste.
  • suas bochechas, língua e gengivas serão examinadas para descartar qualquer evidência de doença.
  • será verificada a forma como os dentes se posicionam e o tipo de mordida, para estabelecer o tipo de crescimento esquelético que a criança irá desenvolver até ao final da adolescência.
  • poderão ser obtidas imagens radiografias (RX) dos dentes para procurar cáries ocultas ou para verificar a presença e posição dos dentes ainda não irrompidos.
Como posso ajudar o meu filho? 
A cooperação entre os pais, o dentista e a criança, são fundamentais para que os objetivos da consulta (ou tratamento) sejam alcançados. 
É importante que uma relação de confiança mútua e compreensão se desenvolva entre as três partes. 
Uma criança que inicialmente é difícil, acabará por ganhar confiança e desenvolver a calma necessária para se tornar colaborante quando os pais e o dentista trabalham juntos. Trabalhando juntos, os pais e o dentista podem ajudar a desenvolver uma atitude positiva em seu filho, o que leva a uma vida inteira de boas experiências dentárias. 
Este triângulo de comunicação (criança, pai e dentista) é uma parte muito importante do cuidado dentário a longo prazo do seu filho. 
Uma regra simples quando confrontado com o comportamento de evitação do seu filho é “não exagerar”. A reação exagerada só confirma a uma criança que as suas suspeitas de desconforto iminente estão corretas. O dentista e a equipe da clínica são experientes na gestão e manejo do comportamento das crianças e sabem como lidar com crianças de todas as idades de maneira gentil e compassiva.

 

adaptado do livro Dentisteria para crianças – Guia para pais 

Guia para os Pais

Tratar as crianças é, para muitos dentistas, uma experiência muito stressante. Ter que lidar com os pais difíceis pode ser ainda mais. É por isso que o Dr. Michael Young escreveu um folheto informativo, Dentisteria para crianças – guia dos pais, para os pais das crianças na sua clínica. Essa foi a forma de dar aos pais todas as informações que queria que eles tivessem sobre como os seus funcionários e ele cuidariam e tratariam os seus filhos. Os pais receberam com elogios esta brochura, pela sua utilidade.

Na nossa prática clínica queremos também promover a máxima transparência no manejo de conduta e tratamento dos mais novos. Gostaríamos de disponibilizar alguns conselhos prévios aos pais mais interessados, tendo para isso contactado o Dr. Young e obtido a respectiva autorização para publicar alguns dos seus textos, por nos revermos nos seus ensinamentos.

O foco deste livro Dentisteria para crianças – guia dos pais está sobretudo na comunicação, comunicação entre o dentista e a criança, os pais e a criança (no contexto do atendimento dentário da criança), e os pais e o dentista. Este “triângulo” é a chave para desenvolver um bom relacionamento entre as três partes.

Porque é que eu devo levar o meu filho ao dentista? Mas se os dentes de leite vão cair, para quê tratar?

As principais funções dos dentes de leite são:
   a) mastigar os alimentos, etapa importante para facilitar a digestão;
   b) auxiliar no crescimento e desenvolvimento adequado dos ossos e músculos da face;
   c) ajudar na pronúncia correcta das palavras;
   d) contribuir para a melhor aparência da criança, permitindo um belo sorriso, o que poderá influenciar sua auto-estima;
   e) guardar o espaço para os dentes permanentes que irão substituí-los no futuro, direccionando-os para que nasçam em posição adequada.

A saúde geral do seu filho pode sofrer se os dentes estiverem doentes ou partidos e não forem tratados a tempo. A perda precoce de dentes de leite por causa da cárie pode levar a problemas de apinhamento, que podem, posteriormente, exigir um tratamento prolongado.

Por isso, é imprescindível que os cuidados com a dentição sejam iniciados o mais precocemente, ou seja, a partir da erupção do primeiro dente, o que ocorre entre os 6 e os 8 meses de idade. Aos três anos de idade, a criança já terá todos os dentes de leite.

Com que idade o meu filho deve ter a sua primeira consulta no dentista?

Idealmente, as crianças devem ser levadas à consulta quando tiverem alguns meses de idade. Isso ajuda-os a que se habituem com as visões, sons e cheiros de um consultório desde a mais tenra idade. O dentista examinará sua boca (antes mesmo que os dentes tenham irrompido) e verificará se tudo se está a desenvolver normalmente. O seu filho já deverá ter tido a sua primeira visita ao dentista aquando do primeiro aniversário. A experiência tem demonstrado que as crianças que visitam regularmente a prática desde cedo desenvolvem uma atitude muito positiva em relação às futuras consultas, ao longo da sua vida.

O que devo dizer ao meu filho sobre o dentista?

O conhecimento do seu filho é baseado no que ele experimentou por si e no que foi dito por outros. Você deve sempre conversar com seu filho sobre a visita de uma maneira positiva, usando palavras que ele possa entender.

Se os pais têm memórias desagradáveis das suas próprias experiências, então devem esforçar-se muito para não assustar a criança exibindo os seus medos. E caso não saibam exactamente o que o dentista pretende fazer na consulta do seu filho, então não devem inventar cenários ou fazer promessas. Enganar a criança irá minar a sua confiança quer nos pais quer no dentista.

É nossa política, que palavras com conotação negativa como “doer”, “arrancar”, “injecção” e “furar” não sejam usadas ao alcance dos ouvidos das crianças. Gostaríamos de vos encorajar a não usar essas palavras dentro da clínica nem quando conversarem com o vosso filho sobre o dentista.

 

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